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Acidentes de trabalho na construção cresceram nos primeiros seis meses de 2016
2016-08-03

Para Albano Ribeiro, uma das soluções para reduzir este número passa pela constituição de comissões quadripartidas, pelas câmaras municipais, pela Autoridade das Condições de Trabalho (ACT), pelos sindicatos e pelas associações patronais, que deverão atuar nas obras desde a primeira fase até à sua conclusão.
Em declarações citadas pelo Observador, o presidente do Sindicato da Construção de Portugal declarou que “a primeira intervenção deve ser feita logo no primeiro dia do arranque da obra, para que se verifique se o projeto foi aprovado pela respetiva câmara municipal e se estão reunidas todas as condições, nomeadamente ao nível da segurança, face à lei vigente”.
Segundo o dirigente sindical, “só assim será possível trabalhar em segurança e saudavelmente, uma vez que cerca de 40% dos trabalhadores do setor não fizeram exame de Medicina no Trabalho. Esta situação já deu lugar a acidentes mortais, em que depois a causa foi “morte natural””.
No conjunto de propostas, que Albano Ribeiro disse que iria enviar ainda na passada sexta-feira ao Ministro do Trabalho, Vieira da Silva, o dirigente sindical defendeu que “nenhuma empresa possa apresentar-se a concursos, quer públicos quer privados, se não tiver mais de 60% de mão-de-obra qualificada e com vínculo laboral estável”.
Para o sindicalista, “a maior parte das obras de reabilitação urbana estão a ser feitas por um grande número de empresas ilegais e existem situações em que nem empresas são. A não serem tomadas medidas, os acidentes mortais no setor vão aumentar ainda mais”.
“Para que esta situação se altere para bem dos trabalhadores e das empresas idóneas que são penalizadas por esta concorrência desleal, deve ser elaborada legislação para ser aplicada o mais rapidamente possível no setor”, frisou.
Por último, o dirigente sindical deu conta de que a campanha segurança 2016, que tem como objetivo “‘0 acidentes mortais nas pequenas, médias e grandes empresas” está a ser desenvolvida sem qualquer “apoio da Autoridade para as Condições do Trabalho”.
Nos primeiros seis meses do ano, o Sindicato da Construção de Portugal realizou 160 ações pedagógicas durante o período normal de trabalho, contactando mais de cinco mil trabalhadores, tendo sido percorridos mais de cinco mil quilómetros e gastos cerca de quatro mil euros.