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APSEI Comenta Incêndio em Tondela
2018-01-15
A APSEI – Associação Portuguesa de Segurança vem apresentar as condolências às famílias das vítimas do incêndio de Vila Nova da Rainha e reconhecer o esforço e o empenho das várias forças envolvidas no socorro e emergência.

Oito mortos e trinta e oito feridos é o balanço do incêndio ocorrido no passado sábado à noite na Associação Cultural, Recreativa e Humanitária de Vila Nova da Rainha, no concelho de Tondela (Viseu).

A investigação sobre as causas do incêndio está em curso, mas três factos parecem estar fortemente ligados à ignição e ao desenvolvimento do incêndio: instalação incorreta da salamandra com tubagens que atravessavam o teto falso, existência de materiais altamente inflamáveis e produtores de gases tóxicos no teto e saídas de emergência bloqueadas.

Desconhece-se se a Associação tinha ou não definidos procedimentos de organização e gestão da segurança, mas parece evidente que não estavam implementados, caso contrário o desfecho deste episódio não teria sido tão dramático. Os procedimentos de prevenção e emergência pretendem salvaguardar que os ocupantes abandonam o edifício em segurança e que os equipamentos e sistemas de segurança contra incêndios estão em condições de ser operados em caso de incidente.

A legislação prevê que a grande maioria dos edifícios, inclusive edifícios como este onde está sediada a associação recreativa, seja sujeita a inspeções regulares, a realizar pela ANPC ou por entidade por ela credenciada, para verificação da manutenção das condições de Segurança Contra Incêndio em Edifícios (SCIE) aprovadas e da execução das medidas de autoproteção. No entanto, estas inspeções apenas são efetuadas a pedido do responsável de segurança das instalações ou mediante denúncia, ou seja, não são efetuadas de uma forma continuada e regular pelas autoridades. No caso dos edifícios de baixa categoria de risco, a responsabilidade de fiscalização é dos municípios, na sua área territorial.

“Devemos atuar no sentido de impedir a repetição deste terrível incidente e perceber o que é que correu mal é um dos passos fundamentais para evitar ocorrências semelhantes. Até ao momento, duas lições parecem poder ser aprendidas: a importância da prevenção e a importância da definição e implementação de medidas preventivas de SCI por parte dos responsáveis por edifícios e estabelecimentos, especialmente dos que recebem público e a seleção de materiais e produtos de construção, levando também em conta a sua contribuição para o incêndio, sempre que se decida construir ou renovar instalações.”, reflete Maria João Conde, secretária geral da APSEI.

Medidas simples como verificar regularmente se as saídas de evacuação estão desimpedidas e devidamente sinalizadas e se as portas de emergência estão funcionais poderiam ter tido um impacto importante na mitigação das consequências deste incêndio.
 
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