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Comissão de inquérito a fogo na torre Grenfell pede ação urgente do Governo britânico
2019-10-31

O relatório, apresentado pelo presidente da comissão de inquérito, Martin Moore-Bick, concluiu que houve “violação das orientações nacionais” de segurança em edifícios muito altos e faz um apelo direto ao primeiro-ministro para que as suas recomendações sejam adotadas de imediato.
O documento refere que os bombeiros deveriam ter retirado as pessoas da torre mais cedo, garantindo que isso teria salvado muitas vidas, e adianta que os líderes dos bombeiros devem “deixar de se esconder atrás da coragem da sua brigada de combate e enfrentar as consequências das suas falhas”.
"A Torre de Grenfell era o lar de uma comunidade forte e vibrante que foi destruída pelo fogo", disse, acrescentando que “em alguns casos, famílias inteiras morreram e muitas pessoas ainda choram familiares, amigos e vizinhos, com quem compartilhavam a vida”, considera a comissão de inquérito.
O documento aponta “falhas sistémicas” na atuação dos bombeiros, referindo que “um exame atento às operações da sala de controlo revelou deficiências na atuação, política e formação” dos bombeiros, nomeadamente na forma de lidar com um número excecional de chamadas telefónicas a pedir ajuda.
De acordo com o inquérito, “nem sempre foram obtidas as informações necessárias” nas chamadas telefónicas, nem foram “avaliadas as condições dos locais onde as pessoas que telefonavam estavam, para facilitar a sua fuga”.
A comissão de inquérito concluiu ainda que os bombeiros não conseguiram preparar um plano para combater o incêndio e retirar as pessoas do edifício, classificando a operação como “gravemente inadequada”.
Segundo refere, a principal razão para o alastramento do fogo foi o revestimento de alumínio e plástico usado no exterior do edifício durante uma remodelação do edifício, realizada em 2016.
A associação Grenfell United, que representa centenas de membros da comunidade afetada pelo incêndio, entre sobreviventes e familiares, disse hoje que as conclusões do relatório são “muito tristes” por mostrarem que as vítimas poderiam ter sido salvas se fossem retiradas do edifício mais cedo.
Os sobreviventes adiantaram que a sua vontade de avançar com “acusações criminais” é agora ainda mais forte face às conclusões sobre o uso de materiais inflamáveis na remodelação da torre.
A remodelação “transformou as nossas casas em armadilhas mortais”, afirmou a associação.
A associação defendeu também que os proprietários do edifício Grenfell, a administração de condóminos e as empresas de construção devem responder a várias questões, numa segunda fase do inquérito, que começa em janeiro e durará 18 meses.
Comissária dos bombeiros de Londres defende atuação no incêndio da torre Grenfell
A comissária dos bombeiros de Londres defendeu hoje a resposta dada pela corporação ao incêndio da torre Grenfell, em 2017, depois de o relatório oficial concluir que a atuação dos bombeiros podia ter salvado muitas das vítimas.
Embora tenha garantido que irá ter em consideração as recomendações avançadas pelo relatório da comissão de inquérito, hoje divulgado, a comissária Dany Cotton sublinhou que os bombeiros de Londres enfrentaram uma situação “sem precedentes” em Grenfell.
O incêndio na torre Grenfell começou na noite de 14 de junho de 2017 e alastrou rapidamente aos andares superiores do edifício de 25 pisos, alegadamente devido ao revestimento exterior inflamável.
O fogo acabou por provocar a morte de 72 pessoas.
“Estamos dececionados com algumas das críticas [feitas no relatório] a alguns bombeiros, que foram colocados perante circunstâncias completamente inéditas e enfrentaram condições inimagináveis enquanto tentavam salvar as vidas de outras pessoas”, sublinhou a comissária.
O relatório, apresentado hoje publicamente pelo presidente da comissão de inquérito, Martin Moore-Bick, refere que os bombeiros deveriam ter retirado as pessoas da torre mais cedo, garantindo que isso teria salvado muitas vidas.
O documento aponta “falhas sistémicas” na atuação dos bombeiros, referindo que “um exame atento às operações da sala de controlo revelou deficiências na atuação, política e formação” dos bombeiros, nomeadamente na forma de lidar com um número excecional de chamadas telefónicas a pedir ajuda.
De acordo com o inquérito, “nem sempre foram obtidas as informações necessárias” nas chamadas telefónicas, nem foram “avaliadas as condições dos locais onde as pessoas que telefonavam estavam, para facilitar a sua fuga”.
A comissão de inquérito concluiu ainda que os bombeiros não conseguiram preparar um plano para combater o incêndio e retirar as pessoas do edifício, classificando a operação como “gravemente inadequada”.
Além disso, o documento adianta que houve “violação das orientações nacionais” e que os líderes dos bombeiros devem “deixar de se esconder atrás da coragem da sua brigada de combate e enfrentar as consequências das suas falhas”.
No relatório, Moore-Bick pede uma ação urgente do Governo para melhorar a segurança dos arranha-céus e faz um apelo direto ao primeiro-ministro para que as suas recomendações sejam adotadas de imediato.
Segundo a comissão, a principal razão para o alastramento do fogo foi o revestimento de alumínio e plástico usado no exterior do edifício durante uma remodelação do edifício, realizada em 2016.
A associação Grenfell United, que representa centenas de membros da comunidade afetada pelo incêndio, entre sobreviventes e familiares, disse hoje que as conclusões do relatório são “muito tristes” por mostrarem que vítimas poderiam ter sido salvas se fossem retiradas do edifício mais cedo.
Os sobreviventes adiantaram que a sua vontade de avançar com “acusações criminais” é agora ainda mais forte face às conclusões sobre o uso de materiais inflamáveis na remodelação da torre.
Fonte: Lusa