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Exército confirma assalto a dois dos 14 paióis de Tancos
2017-07-03

As instalações militares dos Paióis Nacionais de Tancos são compostas por cerca de "14 paióis e o arrombamento foi em dois deles. E mesmo nesses dois estamos a falar de uma parte do que lá se encontrava, não a totalidade".
Segundo o tenente-coronel Vicente Pereira, "o incidente foi detetado ontem (dia 28 de junho) ao final da tarde por uma patrulha que faz a segurança física dos paióis nacionais de Tancos e agora caberá à Polícia Judiciária Militar, com o apoio do Exército, tentar apurar exatamente qual foi o momento da intrusão".
"A patrulha detetou um buraco na rede, os paióis têm uma vedação e têm depois uma segurança física humana, que para a segurança do perímetro fazem rondas móveis quer apeadas quer em viaturas. E foi numa dessas rondas que detetou o furo. Assim que detetaram o furo foram verificar os paióis e os paiolins e notaram um arrombamento em dois deles", explicou.
O porta-voz do Exército acrescentou que as patrulhas "são aleatórias por uma questão de segurança, nunca é revelado nem previamente estabelecido, nem o itinerário nem o horário, podendo decorrer várias horas entre cada patrulha".
Além das patrulhas "há uma segurança física, há o controlo de acessos, há uma vedação e uma força lá dentro. Não há segurança eletrónica".
Rovisco Duarte, chefe do Estado-Maior do Exército, decidiu exonerar os cinco comandantes das unidades que dão forças à segurança física e militar dos paióis. O Comandante da Unidade de Apoio da Brigada de Reação Rápida, o Comandante do Regimento de Infantaria 15, o Comandante do Regimento de Paraquedistas, o Comandante do Regimento de Engenharia 1 e o Comandante da Unidade de Apoios Geral do Material do Exército são as cinco primeiras vítimas do assalto aos Paióis de Tancos.
Questionado sobre se houve ou não passagem de informação do interior para o exterior, o General Rovisco Duarte respondeu que "quando se escolhem dois paióis no lote de 20, que por acaso não são os mais próximos da entrada, temos de tirar conclusões".
O Exército garante que esta exoneração "não se encontra ligada, nem tem qualquer associação, a algum indício ou suspeita de envolvimento ilícito dos titulares destes cargos; prende-se única e exclusivamente com a necessidade de se criarem todas as garantias de que as averiguações em curso decorrerão de forma absolutamente isenta e transparente".
A imprensa espanhola divulgou esta madrugada aquela que será o inventário de todo o material roubado em Tancos e que foi entregue às forças antiterrorista de Espanha. O Exército tinha optado por não divulgar a lista e respetivas quantidades para não prejudicar a investigação.
Mas num artigo com o nome "Este es el invetario de lo robado en el arsenal de Portugal que tiene en alerta a Europa", o jornal El Epanhol publicou não só o material roubado, como as quantidades:
- 1450 cartuchos de 9 mm
- 22 Bobinas de fio para ativação por tração
- 1 Disparador de descompressão
- 24 Disparadores de tração lateral multidimensional inerte
- 6 Granadas de mão de gás lacrimogéneo CS / MOD M7
- 10 Granadas de mão de gás lacrimogéneo CM Anti-motim M / 968
- 2 Granadas de mão de gás lacrimogéneo Triplex CS
- 90 Granadas de mão ofensivas M321
- 30 Granadas de mão ofensivas M962
- 30 Granadas de mão ofensivas M321
- 44 Granadas foguete antitanque carro 66 mm com espoleta M4112A1 com lançamento M72A3 --M/986 LAW
- 264 Unidades de explosivo plástico PE4A
- 30 CCD10 (Carga de corte)
- 57 CCD20 (Carga de corte)
- 15 CCD30 (Carga de corte)
- 60 Iniciadores IKS
- 30,5 Lâminas KSL (Lâmina explosiva)
Fontes: RTP e Expresso